Greve dos servidores do Judiciário chega ao fim
A juíza Lisbete Maria Teixeira Almeida Cézar Santos expediu liminar decretando a ilegalidade da greve dos servidores do Judiciário e determinando o retorno imediato dos trabalhadores sob o risco de multa diária de R$30 mil para os sindicatos. Diante da decisão judicial, a categoria, por sua vez, em assembleia realizada ontem pela manhã, resolveu retomar os trabalhos hoje, após 37 dias de paralisação.
Antes mesmo que os trabalhadores decidissem pelo fim da greve, o diretor de comunicação do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado da Bahia (Sinpojud), Zenildo Castro, declarou: "A diretoria do Sinpojud não é a favor de arcar com a multa para manter a paralisação. A proposta é suspender o movimento, pois a multa é inviável para o sindicato e fica uma situação difícil para as contas".
Os servidores voltam ao trabalho, segundo o sindicalista, com duas conquistas importantes. "Apesar de a negociação com a presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Telma Britto, não ter avançado muito, ela aceitou abrir a negociação no sentido de criar um grupo de trabalho para revisão do PCS (Plano de Cargos e Salários), além de acordar a participação do sindicato na decisão das medidas que serão tomadas para adequar a folha de pagamento à Lei de Responsabilidade Fiscal", disse Castro.
Ainda, de acordo com ele, o Decreto 152, que cortou a gratificação, foi revogado e a categoria conquistou a manutenção do benefício. "A gratificação foi mantida como vantagem pessoal e não tem como a pessoa perder porque fica incorporado ao salário como direito adquirido", salienta. O sindicalista revela que ainda hoje o Sinpojud vai protocolar um ofício à presidente do TJ-BA solicitando a suspensão do corte do ponto dos grevistas.
OPINIÕES DIVIDIDAS – Mas a ideia de retomar as atividades do Judiciário em pleno dia de estreia do Brasil na Copa do Mundo divide opiniões. "Eles só vão retornar ao trabalho amanhã (hoje) porque os sindicatos iriam pagar uma multa grande. Só pode ser uma piada, logo no dia que tem jogo do Brasil. Enquanto não se falava em multa, trabalhar que é bom ninguém queria", indigna-se Ana Cláudia Bezerra, 34, cliente de uma concessionária de veículos na Avenida Bonocô.