Debate sobre cultura do estupro lota auditório da ESA-BA

Coordenadora do evento, a presidente da Comissão de Proteção aos Direitos da Mulher da OAB-BA, Lia Barroso, destacou a importância da mesa no enfrentamento à cultura do estupro. “Estamos iniciando, hoje, um ciclo de debates, para tentarmos, de alguma forma, conter essa escalada vergonhosa, que é o estupro no Brasil. A quantidade de mulheres brasileiras violentadas é espantosa. É necessário haver uma mudança de pensamento, para que possamos atuar de forma unificada, extinguindo esse crime brutal da nossa sociedade”, disse.
A vice-presidente da OAB-BA, Ana Patrícia Dantas, ressaltou que "esse é um assunto que não diz respeito só às mulheres; mas a toda a sociedade". Ela destacou ainda "a relevância do evento para reforçar, nas entidades públicas, nas organizações governamentais, na sociedade civil organizada e também na imprensa, a importância desta discussão e da promoção de ações efetivas contra a cultura do estupro".
Com mesa formada por representantes das Câmaras de Vereadores e de Deputados, membros de movimentos sociais e integrantes da OAB-BA, a discussão foi marcada por assuntos como empoderamento feminino, punição contra agressores e extinção da cultura do machista. “Discutir cultura do estupro e empoderamento feminino é essencial para o enfrentarmos do nosso histórico machista, que coloca exclusivamente o homem no espaço do poder”, destacou a conselheira seccional Daniela Portugal.
“Precisamos aproveitar a presença dos diversos órgãos públicos, aqui, para levantarmos formas mais eficientes de enfrentamento à violência contra a mulher”, complementou a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Vereadores, Aladilce Souza
A presidente da Comissão dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa da Bahia, Fabíola Mansur, destacou algumas medidas que considera eficazes no combate ao machismo e à cultura do estupro. “Primeiro, precisamos compreender as razões históricas que vitimizam a mulher. Depois, temos que promover, a longo prazo, a educação solidária de igualdade de gêneros nos planos estaduais e municipais. E, por último, criarmos uma rede de proteção às mulheres, atuando contra a impunidade dos agressores”, pontuou.
Além de Mansur, Aladilce, Lia e Portugal, participaram da mesa de discussão a promotora do Ministério Público e integrante do Grupo de Atuação em Defesa da Mulher (GEDEM), Lívia Vaz, a presidente nacional da União de Negros pela Igualdade (UNEGRO), Ângela Guimarães, e a pesquisadora da UFBA Eulália Azevedo.
A conselheira federal Ilana Campos, que é Coordenadora das Comissões, e as conselheiras seccionais Andrea Marques, presidente da Comissão Especial da Mulher Advogada, e Maíra Vida, presidente da Comissão Especial de Combate à Intolerância Religiosa, também prestigiaram o evento.
Foto: Angelino de Jesus (OAB-BA)