A taxa de homicídios, na Bahia, subiu de 23,7, em 2006, para 46,9 a cada 100 mil habitantes, em 2016, representando uma variação de 97,8% nos últimos 10 anos. Os dados são do Atlas da Violência 2018, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) na última terça-feira (5). Em números absolutos, a variação é ainda maior: subiu de 3.311, em 2006, para 7.171, em 2016, com um aumento de 116,6% homicídios.

Os dados foram repercutidos pelo presidente da OAB-BA, Luiz Viana Queiroz, em entrevista à Rede Central Nacional de Televisão (CNT). “Nosso país está mergulhado na violência. São milhares de jovens mortos todos os anos, na sua maioria negros e da periferia, uma vez que o Brasil é marcado pela desigualdade social e concentração de renda”, destacou.

Sobre as principais ferramentas de combate à violência, Viana destacou o controle das fronteiras nacionais, por onde entram drogas e armas, e políticas de inclusão social, com geração de emprego e renda. “Além disso, é preciso, também, combater os efeitos desta violência, com os governos atuando de forma rigorosa no combate ao crime organizado e à leniência e com polícias civil e militar mais bem preparadas e melhor remuneradas”, complementou.

Questionado sobre críticas acerca da alta liberação de presos em audiências de custódia, Viana afirmou que “o problema não é soltar aqueles que estão presos ilegalmente, mas a demora na tomada de decisão”. “E, para garantir essa celeridade, precisamos de uma política que envolva todo o judiciário brasileiro, sem perder de vista as garantias constitucionais, como o contraditório, ampla defesa e a presunção de inocência”, disse o presidente, que organiza a realização de um debate sobre o assunto, com a participação de representantes dos governos e sociedade civil. Veja a entrevista em www.youtube.com/watch?v=St64nrVvHYw