Posse de Comissão marca abertura da Conferência Estadual dos Direitos das Pessoas com Deficiência da OAB-BA


O conselheiro federal Fabrício Castro descreveu a realização da conferência e a criação da nova comissão como mais um passo do processo de transformação que passa a OAB-BA desde que o presidente Luiz Viana iniciou a gestão. "Temos visto mudanças na Jovem Advocacia, na relação com as mulheres, com o interior do estado, na defesa das nossas prerrogativas. Hoje a seccional mostra que está de portas abertas para todas as lutas dos Direitos Humanos". Jerônimo Mesquita explicou que em setembro de 2017 o Conselho Federal editou o Provimento 177, que tornou permanente a Comissão Especial das Pessoas com Deficiência e criou o Plano Nacional de Valorização do Advogado e Advogada com Deficiência. O documento ainda estabeleceu um prazo para que cada seccional criasse a sua comissão e organizasse um plano. "Nós então fizemos o levantamento de quantos colegas com deficiência serão atingidos pelo plano e a partir de agora um grupo de trabalho irá organizar a aplicação dessas ações, já sob o comando do Dr. Mário Lima", disse. Protagonismo, dignidade e direitos
O primeiro painel temático da conferência abordou a pessoa com deficiência como protagonista da sua dignidade. Participaram do debate a defensora pública do Estado da Bahia Claudia Ferraz, o membro da Comissão de Proteção ao Direito do Consumidor da OAB-BA Matheus Carneiro Cardoso, e o presidente da Comissão de Diversidade Sexual e Enfrentamento à Homofobia da OAB-BA, Filipe Garbelotto. A defensora pública Claudia Ferraz apresentou a Lei Brasileira de Inclusão, mostrando os acréscimos que este documento trouxe para a inclusão da pessoa com deficiência na sociedade. "Essa lei renova essa necessidade de inclusão sob a perspectiva da própria pessoa com deficiência. A lei foi construída num processo democrático coletivo porque teve a participação do Poder Legislativo, mas também da sociedade civil", explicou. Matheus Cardoso ressaltou a necessidade dos estabelecimentos comerciais cumprirem a lei e se adaptarem às pessoas com deficiência. Ele mostrou um levantamento feito pela Comissão de Proteção ao Direito do Consumidor da OAB-BA onde apenas quatro de 47 restaurantes visitados nos principais shoppings de Salvador apresentavam cardápio em braile. "Esse é um dado preocupante visto que, juntamente com outras situações de descumprimento legal, impede a inserção desse segmento na sociedade". Filipe Garbelotto, que abordou a temática direitos sexuais e reprodutivos das pessoas com deficiência, a partir das ideias da filosofa italiana Maria Parisoli, mostrou que a diferença é algo que está além da pessoa ter ou não uma deficiência. "A sociedade é pensada para receber e acolher os 'normais'. A Maria Parisoli mostra que, sob determinada perspectiva, todos nós somos anormais, pois não há uma pessoa igual a outra e somos todos diferentes". Fotos: Angelino de Jesus/OAB-BA