OAB-BA debate direitos e conquistas das mulheres trans

Iole Macedo Vanni, que abordou a crítica feminista à ciência, disse que este encontro permitiu fortalecer a discussão que há na área do Direito sobre as questões de gênero e os enfrentamentos necessários para a erradicação da violência contra a mulher. Soraya Mendes trouxe para o debate a ausência feminina na produção bibliográfica do Brasil e a importância de rever o conhecimento já produzido pela ótica feminista. "Temos que nos aprofundar em relação a tudo aquilo que já foi produzido no mundo a partir do feminismo, do feminismo negro que nos Estados Unidos, por exemplo, marca uma nova perspectiva do Direito", afirmou. A conselheira da OAB-BA Daniela Portugal, que também integrou o time de palestrantes, falou sobre como o patriarcado ainda define normas penais e legislações. Ela reconheceu o avanço desta atual gestão da seccional, que vem trazendo para o âmbito da Ordem assuntos antes esquecidos. "Mais recentemente que passamos a dar mais importância aos debates relacionados a gênero, no âmbito da OAB-BA, e isso é muito importante". Conquistas
A funcionária pública e mulher trans Millena Passos reconhece que ainda há muito a ser conquistado pela população LGBT, mas que já há vitórias a serem comemoradas. "É importante agradecer à Comissão de Diversidade Sexual e Enfrentamento à Homofobia da OAB-BA que sempre tem nos dado apoio e está sempre de portas abertas para atender as nossas demandas", disse. A conselheira seccional Fernanda Barreto lembrou a decisão do Supremo Tribunal Federal que passou a admitir a mudança de registro da pessoa trans independente de autorização judicial. "Isso é uma grande conquista porque precisamos encarar a pessoa trans como alguém que não tem uma patologia, mas que apenas expressa a personalidade dela diferente daquilo que a sociedade convencionou a entender como homem ou mulher". Foto: Angelino de Jesus (OAB-BA)