Ophir: Marcha mostrou papel das redes sociais em favor da sociedade
Brasília, 07/09/2011 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante - que participou hoje da Marcha contra a Corrupção percorrendo os dois lados da Esplanada dos Ministérios, juntamente a 25 mil pessoas -, considerou o evento um sucesso completo, o que atribuiu principalmente à mobilização realizada pelas redes sociais, com o apoio da OAB, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Associação Brasileira de Imprensa (ABI). "A marcha mostrou que o fenômeno das redes sociais chegou definitivamente ao Brasil; mostrou a tecnologia em favor da sociedade, o que é muito importante num país da dimensão do Brasil, onde essas redes poderão mobilizar cada vez mais em torno de lutas como essa", afirmou.
O presidente nacional da OAB, ressaltando que falava como um "cidadão indignado", foi o único a discursar na abertura da Marcha, na praça ao lado do Museu da República, a convite dos organizadores. Se optou pela economia de discursos, o movimento foi pródigo em faixas cobrando o fim da corrupção e transparência dos poderes públicos e de críticas aos políticos. Milhares delas foram repetidas aos gritos e palavras de ordem com duras críticas ao Congresso Nacional e aos políticos, ou reivindicando o voto secreto nas votações do Legislativo e cobrando da Justiça ações contra a impunidade. Os manifestantes carregavam também baldes e vassouras para lavar vários trechos da Esplanada, principalmente em frente às rampas do Congresso.
Ophir Cavalcante destacou a perfeita sintonia do movimento com as preocupações da sociedade brasileira por maior celeridade no julgamento dos casos de corrupção parados no Judiciário, pela punição dos culpados por esses desvios, maior transparência e moralidade com a coisa pública. Observando que a maioria dos manifestantes era composta essencialmente de jovens de classe média, ele avaliou que a "a marcha expressou bem que o povo é quem manda e quem comanda este país, e é ele quem deve dar as diretrizes de ética, de moralidade e de seriedade na vida pública de que tanto necessitamos".
No rápido discurso de abertura da Marcha contra a Corrupção e em entrevistas durante o percurso, Ophir ressaltou as exigências da sociedade brasileira por maior seriedade com a coisa pública, "pois é o povo quem paga quatro meses por ano em impostos sobre o que ganha, e fica indignado ao constatar que esse dinheiro vá pelo ralo da corrupção enquanto a educação, a saúde e a segurança pública estão em estado lastimável". E acrescentou: "Por isso, a importância desse grito aqui, nessa data histórica, grito que um dia foi de Independência ou Morte e hoje é de Chega de Corrupção".