Brasília, 04/03/2009 - O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, telefonou hoje (04) para o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Brito, para parabenizá-lo pelo teor do discurso feito por ele na cerimônia de posse dos novos dirigentes do Tribunal Superior do Trabalho (TST), na última segunda-feira. Lupi disse a Britto que considerou o discurso "contundente" e que ele reflete sua compreensão a respeito da utilização de recursos públicos para socorrer empresas nesta hora de crise financeira.

Na oportunidade, o presidente nacional da OAB criticou as empresas que estão recebendo socorro estatal para fugir da crise sem, no entanto, cumprir com a cláusula social de não demitir, negligenciando seus deveres sociais. Para Cezar Britto, a concessão de empréstimos pelo governo a empresas ou a setores econômicos afetados pela crise deve estar condicionada a pressupostos sociais, ou seja, à manutenção do nível de emprego ou pelo menos ao esforço efetivo para não demitir.

Como exemplo desse tipo de atitude, o presidente da OAB citou o recente caso da Embraer, que bateu às portas do governo sob o compromisso de não demitir e anunciou, em seguida, mais de 4 mil demissões. "O capitalismo que se cria agora é aquele com seguro estatal, ou seja, o empresário pode abusar economicamente, pode investir erroneamente, pode praticar corrupção porque, se quebrar, o Estado banca. O Estado banca o banco", criticou Britto. "Isso é errado. O Estado está aí para servir à coletividade e não aqueles que cometem arbitrariedades ou má gestão".