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Senador Suplicy diz que Battisti está disposto a vir ao STF defender sua inocência

Após se encontrar, há cerca de duas semanas, com o italiano Cesare Battisti, preso na Penitenciária da Papudae, Brasília, desde março de 2007 para fins de extradição, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) esteve no Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde desta quarta-feira (11). Ele veio entregar aos ministros uma série de documentos que, segundo ele, inocentariam Battisti das acusações de assassinato que levaram à sua condenação, na Itália, e ao pedido de Extradição (Ext 1085). O senador aproveitou para revelar que o italiano demonstrou disposição até mesmo para vir pessoalmente ao STF durante o julgamento, para defender sua inocência e expor, com detalhes, os fatos acontecidos no final dos anos 1970, naquele país.

Segundo o senador, Battisti está escrevendo uma carta, na prisão, em que conta sua versão dos fatos acontecidos na Itália, demonstrando que não participou de nenhum dos crimes de que é acusado. O italiano estaria relatando, ainda, que teriam sidos desrespeitados seus direitos de ampla defesa no julgamento que levou à sua condenação. O parlamentar paulista adiantou que esta carta deverá ser encaminhada a todos os ministros do STF, nos próximos dias.

Cunho político

Suplicy disse que se interessou pelo caso depois que discutiu a situação de Battisti com Fred Vargas, arqueóloga, historiadora e escritora francesa de grande destaque na Europa. Após estudar com detalhes o processo, Suplicy disse estar convencido de que, mesmo que não tenha participado dos crimes pelos quais foi condenado, os atos de Battisti, principalmente no fim dos anos 70, buscavam “subverter a ordem do estado italiano”, e que, exatamente por isso, devem ser considerados como atos tipicamente de cunho político.

MB/LF