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Soldado da PM é denunciado à OAB-MT por torturar trabalhadora

Cuiabá (MT), 19/02/2009 - A operadora de máquinas e implementos agrícolas Terezinha Maria da Silva denunciou à Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Mato Grosso o soldado Cleyton Ferreira, do Núcleo da Polícia Militar de Comodoro, por abuso de autoridade e tortura. A trabalhadora já prestou depoimento na Corregedoria Geral da Polícia Militar em Cuiabá e foi submetida a exame de corpo de delito para comprovação das agressões.

A Comissão de Direitos Humanos da OAB-MT encaminhou ao promotor de Justiça de Comodoro, José Mariano de Almeida Neto, Termo de Representação com as denúncias contra Cleyton Ferreira e outros dois soldados PMs - Ricardo Gomes dos Santos e Alex Lucas de Arruda - para que as acusações sejam apuradas.

Segundo Terezinha Maria da Silva, que reside em Cuiabá.e no período de entressafra agrícola trabalha como vendedora de cosméticos, no dia 4 de fevereiro ela estava nas proximidades de um posto de combustível de uma rodovia federal em Comodoro, oferecendo seus produtos a caminhoneiros. Por volta das 20h, chegou ao local uma viatura da PM, com os soldados Cleyton Ferreira, Ricardo Gomes dos Santos e Alex Lucas de Arruda, e o primeiro policial deu-lhe voz de prisão.

Ela quis saber porque estava sendo presa, mas o policial, nervoso, além de ofendê-la com palavrões, mandou-a calar a boca e entrar no camburão, onde já estavam outras três mulheres. Conforme depoimento de Terezinha Maria, ao chegarem ao NPM de Comodoro, as quatro mulheres foram colocadas numa sala, onde os soldados mandaram que ela sentasse numa cadeira e as outras no chão. Em seguida, Clayton algemou Terezinha Maria com as mãos para trás e logo após os outros policiais deixarem a sala, o acusado deu-lhe um soco no peito, atingindo seus seios.

Após a agressão, o soldado ficou olhando fixamente para a vítima, que amedrontada, abaixou a cabeça, do que se aproveitou Cleyton para desferir um soco em suas costas.  Antes de liberar Terezinha Maria, que tem endereço fixo também em Comodoro, Cleyton fez-lhe uma ameaça: se ela não mudar do município, da próxima vez que ele a visse nas ruas da cidade iria prendê-la e fazer tudo de novo, conforme consta do depoimento da trabalhadora à Corregedoria Geral da PM em Cuiabá.