Tarso deve enviar força-tarefa da PF para concluir 300 inquéritos em AL
Brasília, 04/02/2009 - O ministro da Justiça, Tarso Genro, acenou com o envio de uma força-tarefa da Polícia Federal para ajudar no andamento de mais de 300 inquéritos policiais que foram abertos em Alagoas para punir crimes de corrupção eleitoral ocorridos no Estado desde às últimas eleições. O pedido de envio de policiais federais foi feito a Tarso no dia de hoje (04) pelo presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, e pelo presidente da Seccional da OAB de Alagoas, Omar Coelho de Mello, uma vez que as mais de 300 denúncias recebidas da população - muitas delas acompanhadas de provas fartas do crime cometido - estão completamente paradas devido à falta de policiais suficientes em Alagoas para dar andamento aos inquéritos.
"O ministro compreendeu que é preciso que haja uma reação concreta em termos de processo e se comprometeu conosco a enviar uma força-tarefa da PF para lá", afirmou Britto, ao destacar a importância de não deixar sem punição candidatos que cometeram crimes eleitorais e que podem voltar a fazê-lo em 2010. "Agora que os inquéritos foram instaurados, nós não podemos frustrar a opinião pública, deixando-os parados. Isso geraria impunidade, e, consequentemente, acomodação".
O presidente nacional da OAB explicou ao ministro da Justiça que o envio da força-tarefa se faz necessário porque o efetivo policial alagoano é pequeno em face do grande volume de denúncias registradas pelo movimento pró-eleições limpas, encampado pela OAB, Ministério Público estadual, Igreja e outros órgãos nas últimas eleições. "É por isso que pedimos um reforço, que se trabalhe mais para que tenhamos uma resposta mais rápida".
A título de comparação, só nas últimas eleições municipais, foram abertos 45 inquéritos relativos a crimes eleitorais em Sergipe e outros 50 em Pernambuco. Já em Alagoas, foram mais de 300. "É uma demonstração clara de que a população alagoana reagiu corajosamente, denunciou crimes de compra de votos e agora quer ver a sua reação recompensada com o ajuizamento de ações e punição para candidatos que cometeram crimes".
Britto e Omar Mello já se reuniram com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Ayres Britto, que também garantiu apoio ao que chamou de "movimento saneador dos costumes eleitorais" liderado pela entidade naquele Estado.