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Desembargador Celso Limongi: o fim do processo em papel dará celeridade à Justiça

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) recebeu um reforço com o peso de 40 anos de magistratura, 20 dos quais junto ao maior tribunal do Brasil, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). O desembargador Celso Luiz Limongi passou a integrar a Sexta Turma e a Terceira Seção. Assumiu os processos deixados pela desembargadora Jane Silva, que depois de um ano e meio no STJ retornou ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

“O STJ pode esperar de mim uma dedicação intensa, vontade de acertar e de fazer justiça”, declarou o desembargador Limongi. Conselheiro fanático do Corinthians, ele teve de pedir licença para se afastar de São Paulo e poder atuar no STJ. “Foi duro. A família, vá lá. Mas o Corinthians...”, brinca o desembargador.

Ex-presidente do TJSP no biênio 2006-2007, o desembargador convocado comprou brigas grandes durante sua gestão. Entre seus desafios, iniciou a informatização dos processos que tramitam na Justiça estadual paulista.

Ele considera que é preciso substituir o papel por uma rede de informática. Esta, para o desembargador Limongi, é uma das providências que contribuirão para que os processos tenham solução real com mais rapidez. “Assumimos rotinas que se mostram seculares, tolas e desnecessárias. O processo não anda. Não adianta só pensar em aumentar o número de juízes, varas e tribunais. Isso seria fazer o mais do mesmo. Não é isso que resolve”, garante.

Exemplo paulista

Entusiasta da tecnologia, quando presidiu do TJSP, o desembargador criou varas digitalizadas, em que o advogado não precisa sair do escritório para propor uma ação. Faz pela internet, enviando também a documentação e as petições intermediárias. O réu é citado e também contesta na rede de informática do tribunal. As audiências são feitas virtualmente, e o laudo pericial, quando necessário, é levado para a rede. Resultado: o juiz julga com o que está na tela do computador, longe dos papéis.

De acordo com o desembargador, nessas varas digitalizadas, é necessário um terço do número de servidores que um cartório convencional exige. E a digitalização não reduz apenas o numero de funcionários, como também a necessidade de estantes, de criar grandes armazéns para arquivo e de veículos administrativos para transporte dos autos. “O serviço é limpo, rápido e seguro”, testemunha o desembargador Limongi.

Ele acredita que a expansão dessa rede de varas digitalizadas poderá auxiliar na celeridade do processo. “Esta tecnologia da informação dará uma grande contribuição ao Judiciário”, prevê. No entanto, mesmo em São Paulo, ainda não há o processo sem papel. São 17,8 milhões de processos em andamento, o que representa muito para se digitalizar.