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Itália prende brasileiros com documentos falsos

A Polícia da Itália prendeu um grupo de 50 brasileiros acusados de fazer e usar documentos falsificados. As prisões ocorreram durante uma operação feita entre domingo (22/2) e segunda-feira (23/2) na província de Mantova.

Os suspeitos foram surpreendidos pelos policiais em casas e apartamentos alugados nas cidades de Mantova, Porto Mantovano, Virgilio, Quistello e Curtatone, informa a BBC Brasil. Cerca de 130 policiais participaram da operação. Não foram divulgados os nomes dos suspeitos.

O grupo é acusado de falsificar passaportes, carteiras de identidade e de motorista de Portugal e da Espanha. Os policiais apreenderam mais de cem passaportes e carteiras de identidade e de motorista. Com esses documentos, brasileiros ilegais na Itália podiam regularizar a situação no país.

A polícia encontrou 48 kits de documentos com diferentes integrantes da quadrilha. De acordo com as autoridades, o golpe custava cerca de € 3 mil (aproximadamente R$ 9 mil) para os clientes.

Entre os 50 brasileiros, 29 receberam ordem de expulsão do país. Eles têm cinco dias para ir embora. Dois foram presos por não respeitar o prazo para deixar a Itália, uma vez que já tinham sido notificados anteriormente. Os outros brasileiros envolvidos vão responder, em liberdade, ao inquérito conduzido pelo procurador adjunto Giulio Tamburini.

“O golpe vinha sendo investigado há alguns meses. Chegamos até a quadrilha depois que um brasileiro foi detido em uma operação de rotina com um documento falso”, disse uma fonte da Questura de Mantova.

No final de 2007, quatro jovens brasileiros em um carro foram parados em uma batida policial de rotina, em Curtatone. O veículo não tinha sido submetido à revisão bienal obrigatória. Ao receber a multa, o proprietário apresentou uma carteira de motorista espanhola. Os policiais desconfiaram do documento e descobriram que a marca d''água era falsa. O mesmo ocorreu com uma carteira de identidade apresentada por um dos passageiros.

Em janeiro de 2009, a Polícia espanhola desmontou um esquema semelhante de falsificação de documentos. Na chamada Operação Carioca, 33 brasileiros foram presos e descobertos cinco laboratórios usados para a emissão de documentos.

A falsificação de documentos é um dos crimes mais comuns na Itália e quase todos os dias surge uma denúncia nos jornais. A fraude atinge também o mundo do futebol. Para driblar a cota permitida de jogadores extra-comunitários, dirigentes de clubes usam documentos falsos para facilitar a imigração de jogadores.