Notícias

OAB: ensino mercantilizado e rigor justificam vagas não preenchidas nos concursos

Brasília, 02/02/2009 - Instituições que preparam mal o bacharel e a grande exigência, cada vez maior, do conteúdo cobrado nos concursos para o ramo do Direito. Esse é o conjunto de razões que, segundo o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, tem deixado concursos para magistrado e promotor sem preencher a totalidade das vagas disponíveis em todo o Brasil. "Há uma necessidade grande de novas vagas e essas vagas não preenchidas desfalcam um Poder fundamental, que o de aplicar a Justiça", afirmou Britto ao ser questionado sobre o tema após participar da sessão solene de Abertura do Ano Judiciário, no Supremo Tribunal Federal.

Cezar Britto lembra que a advocacia é uma profissão numerosa, o que leva naturalmente muitos bacharéis a tentarem ingressar em cargos públicos pela via do concurso. Essa gama enorme de candidatos, aliado à formação de baixa qualidade oferecida por instituições de ensino mercantilizadas, que preparam mal os bacharéis, faz com que muitos concursos sejam abertos e encerrados sem que a totalidade de vagas seja preenchida.

Esse cenário, na avaliação do presidente nacional da OAB, é ruim, pois cria uma lacuna muito grande, tornando a Justiça morosa por falta de profissionais na quantidade e capacidade ideais. "Justiça lenta, por si só, é injusta. Justiça que tarda é Justiça que falha. O Judiciário tem que investir muito menos em prédios suntuosos e muito mais em recursos humanos", acrescentou.